ORAÇÃO DE INTERCESSÃO

Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, nós vos agradecemos a vida de Madre Leônia. Nós vos louvamos pela sua disponibilidade em cumprir a vossa vontade, seguindo Jesus Missionário e Redentor. Nós vos bendizemos pelo seu amor dedicado à Igreja, anunciando o Evangelho e servindo os irmãos e irmãs principalmente os mais pobres.

Suplicamo-vos ó Pai, a graça de amar e servir os pobres e a missão evangelizadora da Igreja. Que a Eucaristia e o Imaculado Coração de Maria nos ajudem a sermos fiéis ao vosso projeto divino, vivendo o ideal de amor e santidade a que somos chamados pelo batismo.

Concedei-nos, ó Pai misericordioso a glorificação de Madre Leônia, aqui na terra, para o incentivo nosso e de toda Santa Igreja. Por intercessão dela, vos pedimos a graça... (cada um pense, em silêncio na graçca que mais deseja receber de Deus). Por Cristo Nosso Senhor. Amém.


Imprimatur: +Dom Albano Cavallin


Londrina, 2 de fevereiro de 1998


Comunicar as graças alcançadas por intercessão de Madre Leônia Milito ao email tereclar@sercomtel.com.br

Arigatou Gozaimasu

Arigatou Gozaimasu
O blog recordar é viver agradece sua visita...

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Saudade e Despedida


Venho há tempos refletindo sobre saudade e sobre despedida, ambas andam juntinhas, a saudade vem quando há despedida. Mas que tipo de saudade sentimos?
Fico pensando que a verdadeira saudade, a mais sofrida e dolorosa é a saudade quando despedimos de alguém que amamos e sabemos que nunca mais a veremos, esse tipo de saudade é como uma espada de dois gumes que transpassa nosso coração, corta no mais profundo e quando essa espada é arrancada sempre vem junto um pedaço de nós, e fica uma lacuna, um buraco, uma ferida que sangra.
Essa despedida, esse adeus para sempre é forte demais, tive há dezessete anos a despedida do meu amado avô, depois muitos partiram, mas não tão próximos, por mais queridos e amados não eram tão próximos a saudade é diferente, mas a saudade do meu avô ainda dói muito..., dez anos atrás a despedida de uma amiga muito querida. Que dor!... Que saudade!... dois anos mais tarde ou seja oito anos atrás veio a dor que acho que foi a mais profunda pois o vínculo era grande demais, mamãe se foi para sempre! A ausência física é dolorosa demais, pois o vínculo que temos com nossa mãe é um vínculo eterno e esse pedaço arrancado de nós é um pedaço muito grande e a ferida sangra muitas vezes... Agora há quatro dias outra despedida, outra saudade forte e sofrida com a partida de minha avó materna. Ela viveu bastante, mas parece que não foi suficiente para curtir e estar com ela apesar de ter morado mais da metade da minha vida com ela, acho que ela partiu cedo demais mesmo vivendo 93 anos e faltando pouco mais de um mês para completar 94. A lucidez da minha avó era impressionante, invejável.
Nossos idosos são sábios, quando eles partem levam com eles muita sabedoria. Sinto-me uma neta privilegiada por ter morado na casa dos meus avós, pois sei de coisas que às vezes nem meus tios e primos sabem, não porque seja segredo, ou seja algo escondido, mas porque não estavam ali no dia a dia como eu estive muitos anos. Por mais que a convivência cotidiana não é nota 10 todos os dias, por mais que existiram as rebeldias, as discussões, o amor reinava do jeito de cada um de nós.
Fica de tudo isso muitas e boas lições para a vida toda, fica uma saudade imensa, uma dor profunda que só é amenizada com o tempo, mas a saudade será para sempre, pois houve uma despedida e mesmo com Fé na ressurreição a gente sofre, pois somos gente e amamos demais, até Jesus chorou e sofreu a morte de Lázaro seu amigo querido, imagine nós criaturas frágeis.
No dia 16 de agosto o dia que minha avó faleceu o Papa Francisco no Angelus disse: “ O céu começa justamente na comunhão com Jesus” em sua fala na Praça de São Pedro continuou: “a partir do Evangelho de João, o discurso de Jesus sobre o Pão da vida, que é Ele mesmo e que é também o sacramento da Eucaristia. A passagem de hoje (Jo 6,51-58) apresenta a última parte deste discurso, e faz referência a algumas pessoas que se escandalizaram porque Jesus disse: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia"(Jo 6, 54). Jesus, diz o Papa, nos fala: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (v. 56). "Permanecer": Jesus em nós e nós em Jesus. A comunhão é assimilação: comendo-o nos tornamos semelhantes a Ele. Mas isto requer o nosso "sim", a nossa adesão de fé”. Jesus conclui seu discurso com estas palavras: "Quem come deste pão viverá eternamente" (Jo 6,58). Sim, viver em comunhão real com Jesus nesta terra nos faz desde já passar da morte para a vida. O céu começa justamente na comunhão com Jesus”.
Uma vida de fé foi assim que vi minha avó viveu, sempre rezava, sempre ia à missa, comungava, como Maria acredito que minha vó guardava muitas coisas no seu coração, pois era uma mulher de poucas palavras mas que pensava muito, sempre estava lendo alguma coisa, a Bíblia, um livro, um recorte, uma revista...
Gostava de escrever cartas, sempre escrevia para a filha que estava longe no estado de São Paulo, escrevia para as cunhadas e ficava alegre de receber a resposta, sempre me dizia: “Tryssia escreve aqui no envelope e leva no correio”, e todos os dias ia à frente de casa abrir a caixinha de correios para ver se tinha uma resposta e quando chegava sentava à mesa ou em sua cama para ler a carta.
Minha avó cozinhava muito bem era muito caprichosa, eu amava todas as comidas que ela fazia: as massas, a polenta frita com queijo, mas o que eu mais gostava e nunca comi igual era o frango recheado com farofa, nunca mais comi um frango recheado tão delicioso como o da minha avó e olha que eu não gosto de carne de frango.
Sempre que vinha visita dos filhos, netos, sobrinhos, amigos, ela procurava fazer o que a visita gostava, o fulano gosta de feijão, a fulana de massas, o outro de doces e assim ia ela e minha mãe fazendo as coisas mais deliciosas para agradar a todos. Gostava de tudo muito limpo e organizado, e ai ai ai de quem colocasse uma xícara fora do lugar, ela ficava uma fera, não podia ver um copo na pia que já ia lavar, dormir sem lavar a louça do jantar nem pensar. Depois sentava no sofá para ver jornal e a novela, às vezes cochilava e acordava assustada e ia ver a hora, se fosse 22 horas ela dizia “vou dormir”, era o horário que sempre dormia e levantava bem cedo e já começava mexer nas coisas, fazia café, colocava roupa na máquina, começava mexer com o almoço, sempre foi muito ativa, trabalhadeira e inquieta.
Seria ilusão achar que escrevi tudo, pois são muitos os detalhes de uma vida de noventa e três anos, tem muitas coisas que eu não sei, pois quando nasci minha avó já tinha vivido cinquenta e três anos, com certeza ela e meu avô juntamente com seus cinco filhos passaram por muitas coisas, cinco filhos que viveram, pois na verdade foram sete filhos, os dois primeiros morreram, o Antonio e o José que meus avós diziam ter nascido grandes e bonitos mas morreram no parto, um, meu avô dizia, que já nasceu morto e o outro tinha o cordão umbilical enrolado no pescoço foram duas gestações tristes, mas depois vieram Antonia (minha mãe já falecida há oito anos), Maria Lúcia (já falecida há quatro anos), Dulce, Luiz Carlos e Raquel.
Sempre notei que minha avó amava todos os filhos, disso não tenho dúvida, mas pelo Luiz Carlos e pela Raquel sinto que era diferente, ele acho que por ser o único filho homem que viveu e ela por ser a caçula, quando falava desses dois os olhos verdes dela tinha um brilho diferente.
Termino com as palavras do Papa Francisco: “No céu já nos espera Maria, nossa Mãe – nós celebramos ontem dia 15 a Assunção de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe que foi elevada aos céus. Que ela nos alcance a graça de nutrirmo-nos sempre com fé de Jesus, Pão da vida.”

 Tryssia – Londrina, 19 de agosto de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário